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quarta-feira, 15 de julho de 2009

O Fim do Aeroporto

Publicou-se em diversos canais (por exemplo aqui). Finalmente as notícias se esclarecem, e se confirma o que já se havia vaticinado no meu blog (leia por exemplo aqui, aqui e aqui). A decisão da ANAC já estava tomada, e era fácil ver que seria irreversível. As restrições ao aeroporto de Ilhéus são definitivas. Não haverá a retomada do "velho" Jorge Amado, operando como antes.

Se por um lado há motivos técnicos que justificam as restrições, por outro houve uma lista imensa de solicitações feitas à prefeitura, todas cumpridas, mas sem efeito prático. Pareceu uma brincadeira de mau gosto. Para dizer o mínimo.

Congonhas e Santos Dumont são aeroportos cujas geografias de entorno são infinitamente mais complexas e perigosas, com montanhas e arranha-céus, além de contar com pistas curtas. Não obstante, tais equipamentos não sofrem restrições porque possuem instrumentos de auxílio (VOR/DME, ILS). Há alternativas de instalação de instrumentos similares para que o aeroporto Jorge Amado volte a operar plenamente. Mas curisamente isso nem sequer é cogitado para o aeroporto de Ilhéus. Nem pela ANAC nem pela Infraero.

A idéia, então, parece ser mesmo encerrar o aeroporto de Ilhéus. E isso será conseguido inviabilizando ao máximo sua operação.

Mas ao mesmo tempo a verdade é que o aeroporto de Ilhéus não tem espaço para estacionamento, nem para novas companhias aéreas, nem para a alfândega, nem para alto volume de cargas. Não serve para as necessidades que essa região terá nos próximos anos. Independente das restrições da ANAC.

Por outro lado, com o Complexo Intermodal, haveremos de ter um novo Aeroporto. O projeto promete um terminal internacional, com amplo espaço para estacionamento, alfândega, múltiplas companhias aéreas, área de carga, instrumentos sofisticados (os mesmos que não são cedidos para o atual aeroporto). Mesmo os interlocutores com quem tenho debatido, e que são contra o Complexo Intermodal, reconhecem a importância do novo aeroporto.

O novo aeroporto não deixará Ilhéus sentir saudades do velho.

Se sair.

Porque se não acontecer, e com a irreversibilidade da decisão da ANAC, então o Turismo (o bom turismo, não o turismo predatório e parasitário) e o Pólo de Informática continuarão sua inexorável derrocada rumo à extinção. E a ZPE não será mais do que um pálido esboço.

Curiosamente salva-se, em parte, a região de Porto Seguro, porque o aeroporto e a estrutura turística que ali existe são muito mais eficientes do que em Ilhéus. Fico imaginando se os empresários do Pólo já não estão manobrando para que este seja transferido de Ilhéus para Porto Seguro. O mesmo poderia se dar com a ZPE, principalmente se o novo Porto também não acontecer. Seria o xeque-mate, levando a economia das cidades da região ex-cacaueira, que derrete a olhos vistos, ao colapso.

Esse é um dos motivos pelos quais o projeto do Complexo Intermodal pode ser a saída estratégica para Ilhéus, Itabuna e demais cidades da região.

Mas é preciso que aconteça. E que aconteça rápido.

A cada dia que se passa o nó da forca aperta mais.

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