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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

A Guerra da TV

Essa guerra deflagrada entre Record e Globo, as duas principais redes de televisão do país, está expondo os intestinos podres de parte da grande imprensa brasileira. De fato, são escandalosas as supostas operações da Igreja Universal do Reino de Deus que estão sendo investigadas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. Por seu turno, a Globo vê-se exposta em seu passado nada admirável de manipulações jornalísticas e alianças com os quadros políticos mais retrógrados do Brasil. Além disso, um empréstimo do BNDES, em condições no mínimo suspeitas, está sendo repetitivamente usado pelos Bispos para atingir a emissora carioca.

De fato, a investigação sobre a Igreja Universal ainda não alcançou seu termo, conforme alega a TV Record. Não obstante, os indícios são muito claros. Parece, embora ainda existam avaliações e investigações a serem concluídas, que havia uma manobra financeira, que levava o dinheiro dos fiéis da Universal por uma longa viagem em contas bancárias pelo mundo até que acabava sendo usado em outras empresas da Igreja, e não, como alegam os seus principais líderes, para “manutenção dos templos e obras sociais”. Caso confirmada a denúncia, mais do que enganando os fiéis, a Igreja estaria cometendo crime de sonegação fiscal.

E também é fato que a Rede Globo esteve associada à Ditadura Militar, sendo muitas vezes favorecida por ela. A emissora carioca ignorou, em seu telejornalismo, o clamor pela democracia de todo um país no movimento “Diretas Já”. Já em 1982 havia gerado inúmeras matérias sem nenhum fundamento para destruir a candidatura de Leonel Brizola ao governo do Rio de Janeiro. Em 1989 manipulou grosseiramente a edição de um debate entre Lula e Collor, além de ter dado espaço àquele que provavelmente foi o golpe mais baixo, do ponto de vista ético, na história das campanhas eleitorais para presidente. Trata-se do episódio em que Collor de Melo usou uma ex-esposa de Lula com acusações pessoais (e, depois se soube, infundadas).

Os dois episódios - a edição do debate e as declarações da ex-esposa de Lula - certamente ajudaram a decidir uma eleição que, de acordo com a evolução das pesquisas, poderia surpreendentemente ser vencida pelo PT.

A Record vai adiante, questionando um empréstimo do BNDES à Rede Globo, que estava em dificuldades financeiras com sua emissora de TV a Cabo, ocorrido na década de 90. Alega que o empréstimo foi prejudicial ao Banco e, o mais grave, legalmente não poderia ser concedido.

Pessoalmente eu acho que as emissoras de TV deveriam ser proibidas de se associar a grupos religiosos. Mais ainda, deveriam ser proibidas de veicular, em sua programação, qualquer mensagem de conteúdo religioso.

Defendo esse ponto de vista porque o estado brasileiro é constitucionalmente laico. Ou seja, não possui religião alguma. Além disso, garante a liberdade de culto a todas as religiões.

Por esse princípio, é outorgada a livre manifestação religiosa em locais públicos como ruas e praças. Pela nossa constituição, o Estado garante a todos a liberdade de usar o espaço público para manifestar sua religiosidade, independente de culto ou credo. Nenhum deles pode argüir para si a exclusividade de uso de uma praça, ou de uma rua.

Dessa maneira, não se entende como pode o estado permitir uma concessão de canal de TV – o canal é um bem público que é concedido às emissoras – a um grupo religioso. Isso é preterir algumas religiões, em favorecimento de outras. Vêem-se missas católicas e cultos evangélicos todos os dias na TV. Mas jamais assisti um ritual de Ubanda, uma palestra muçulmana, uma pregação Judaica.

Se a concessão é pública, então deve se manter longe de manifestações religiosas, já que o estado brasileiro é laico. Não obstante, Globo e Record veiculam programações religiosas em sua grade.

Além disso, é de se observar também que a Record não denunciou a Rede Globo senão depois das reportagens exibidas pela TV da família Marinho. Causa estranheza, e parece ser mais um caso grosseiro de manipulação, o fato de que a Record possua as graves informações a respeito do empréstimo do BNDES à Globo, além dessas alianças espúrias feitas pela emissora no passado, sem que jamais tenha feito denúncia.

Se a denúncia é feita agora, apenas em represália às matérias da TV Globo, então a Record não está minimamente preocupada com jornalismo, com a busca e exposição da verdade. Está usando a denúncia apenas para se defender, usando a máxima de que "a melhor defesa é o ataque".

Da mesma forma que a Globo manipulou notícias, a Record omite notícias. Não cabe outra análise: ambas as emissoras estão usando a informação não como elemento da composição de um fato jornalístico, e sim como arma, que está reservada para salvaguardar seus interesses empresariais e políticos.

Um flagrante desrespeito ao código de conduta que elas assinam quando recebem uma concessão.

2 comentários:

  1. O senhor é Ateu, senhor Degas?
    Porque somente um pobre ateu diria tamanhos absurdos sobre uma igreja que o senhor nem mesmo conhece! O senhor já visitou um templo da IGREJA UNIVERSAO DO REINO DE DEUS? Já recebeu a graça divina alguma vez em sua pobre vida? Devia experimentar aceitar Jesus em seu coração, e ver o bem que isso te faz. Assim pararia de dizer heresias contra uma emissora de televisão e uma igreja SANTIFICADA, que receberam as bênçãos de Jesus para seguir salvando a vida de muitos homens!
    Pastor Felipe.

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  2. Esse pastor aí ou é idiota ou é ladrão!

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