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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Série Tabuleiro da Bahia: Jorge Amado



Nascido na fazenda Auricídia, no distrito de Ferradas, município de Itabuna, sul do Estado da Bahia, aos 10 de Agosto de 1912, Jorge Amado é a maior expressão da literatura regional da Bahia.

Jorge escrevia sobre a Bahia, e também sobre o Sul da Bahia. Mas isso eram as cores com as quais ele pintava a moldura da essência do seu trabalho, porque o Amado escrevia mesmo é sobre gente.

Gente como Pedro Bala, chefe dos Capitães da Areia, um império inteiro totalmente desconhecido da cidade do Salvador, ou Quincas Berro d´Água, o bêbado morto, e morto de novo. Mulheres como Dona Flor e o dilema entre o marido que a fazia feliz, estando morto, e o que a fazia segura, estando vivo.

Em Ilhéus, a saga dos Coronéis do Cacau, cada qual com sua Tocaia Grande, construindo São Jorge dos Ilhéus, a terra de Gabriela Cravo e Canela, a terra do Cacau e do Suor, de tantas gentes vividas.

Vivendo a vida, como a vida de Tieta do Agreste, que nasceu pobre e decente, mas nunca foi respeitada senão quando se fez puta e rica, e só então descobre que o que sempre procurou não era respeito, mas amor. Histórias que só podem mesmo ser contadas por quem seja verdadeiro Compadre de Ogum. É mais do que literatura, é estar na Tenda dos Milagres, na companhia de Jubiabá e Teresa Batista. Imortal, pois imortal mesmo é quem faz da Farda, Fardão, Camisola de Dormir.

Dentre os trabalhos que já tive o imenso prazer de ler.

Autor singular, talvez ímpar no mundo, cuja referência literária no sentido puramente acadêmico é considerada duvidosa. Mas mesmo a Academia se curva ao seu talento, reconhecendo o novo que ele trouxe em seu trabalho, que é a pintura em cores vivas de uma cultura, de um povo. Pintura que nada mais é do que a riquíssima alegoria do retrato profundo e fiel que ele faz de toda gente.

Porque Jorge descreveu muito mais do que a Bahia.

Retratava Almas.

Uma lista da impressionante produção literária:

Individuais

Romances:

- O País do Carnaval, 1931

- Cacau, 1933

- Suor, 1934

- Jubiabá, 1935

- Mar Morto, 1936

- Capitães da Areia, 1936

- Terras do Sem Fim, 1943

- São Jorge dos Ilhéus, 1944

- Seara Vermelha, 1946

- Os Subterrâneos da Liberdade (3v), 1954 (v. 1:Os Ásperos Tempos; v. 2: Agonia da Noite; v. 3: A Luz no Túnel)

- Gabriela, Cravo e Canela: crônica de uma cidade do interior, 1958

- Os Pastores da Noite, 1964

- Dona Flor e Seus Dois Maridos, 1966

- Tenda dos Milagres, 1969

- Teresa Batista Cansada da Guerra, 1972

- Tieta do Agreste, 1977

- Farda Fardão Camisola de Dormir, 1979

- Tocaia Grande: a face obscura, 1984

- O Sumiço da Santa: uma história de feitiçaria, 1988

- A Descoberta da América pelos Turcos ou De como o árabe Jamil Bichara, desbravador de florestas, de visita à cidade de Itabuna, para dar abasto ao corpo, e ali lhe ofereceram fortuna e casamento ou ainda Os esponsais de Adma, 1994

- O Compadre de Ogum, 1995

Novelas

- A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua, 1959

- A Morte e a Morte de Quincas Berro Dágua (publicada juntamente com Os Velhos Marinheiros ou A completa verdade sobre as discutidas aventuras do Comandante Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso, in Os velhos marinheiros, 1961

- Os Velhos Marinheiros ou A completa verdade sobre as discutidas aventuras do comandante Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso, 1976

Literatura Infanto-Juvenil:

- O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá: uma história de amor, 1976

- A Bola e o Goleiro, 1984

- O Capeta Carybé, 1986

Poesia:

- A Estrada do Mar, 1938

Teatro:

- O Amor do Soldado, 1947 (ainda com o título O Amor de Castro Alves), 1958

Contos:

- Sentimentalismo, 1931

- O homem da mulher e a mulher do homem, 1931

- História do carnaval, 1945

- As mortes e o triunfo de Rosalinda, 1965

- Do recente milagre dos pássaros acontecido em terras de Alagoas, nas ribanceiras do rio São Francisco, 1979

- O episódio de Siroca, 1982

- De como o mulato Porciúncula descarregou o seu defunto, 1989

Relatos autobiográficos:

- O menino grapiúna, 1981

- Navegação de cabotagem: apontamentos para um livro de memórias que jamais escreverei, 1992

Textos autobiográficos:

- ABC de Castro Alves, 1941

- O cavaleiro da esperança, 1945

Guia/Viagens:

- Bahia de Todos os Santos: guia de ruas e de mistérios, 1945

- O mundo da paz (viagens), 1951

- Bahia Boa Terra Bahia, 1967

- Bahia, 1970

- Terra Mágica da Bahia, 1984.

Documento político/Oratória:

- Homens e coisas do Partido Comunista, 1946

- Discursos, 1993

Livro traduzido:

- Dona Bárbara (Doña Barbara), romance do venezuelano Rómulo Gallegos, 1934

Em parceria:

- Lenita (novela), com Edison Carneiro e Dias da Costa, 1929

- Descoberta do mundo (literatura infantil), com Matilde Garcia Rosa, 1933

- Brandão entre o mar e o amor, com José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Aníbal Machado e Rachel de Queiroz, 1942

- O mistério de MMM, com Viriato Corrêa, Dinah Silveira de Queiroz, Lúcio Cardoso, Herberto Sales, Rachel de Queiroz, José Condé, Guimarães Rosa, Antônio Callado e Orígines Lessa, 1962

Publicações no exterior:

Segundo a Fundação Casa de Jorge Amado, existem registros oficiais de traduções de obras do escritor para os seguintes idiomas: azerbaidjano, albanês, alemão, árabe, armênio, búlgaro, catalão, chinês, coreano, croata, dinamarquês, eslovaco, esloveno, espanhol, esperanto, estoniano, finlandês, francês, galego, georgiano, grego, guarani, hebraico, holandês, húngaro, iídiche, inglês, islandês, italiano, japonês, letão, lituano, macedônio, moldávio, mongol, norueguês, persa, polonês, romeno, russo, sérvio, sueco, tailandês, tcheco, turco, turcumênio, ucraniano e vietnamita (48 no total). Essas traduções foram publicadas no mínimo nos seguintes países: Albânia, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Armênia, Áustria, Azerbaidjão, Bulgária, Canadá, Chile, China, Colômbia, Coréia do Norte, Coréia do Sul, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Eslováquia, Estônia, Finlândia, França, Geórgia, Grécia, Holanda, Hungria, Inglaterra, Irã, Islândia, Israel, Itália, Iugoslávia, Japão, Letônia, Lituânia, México, Mongólia, Noruega, Paraguai, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Rússia, Suécia, Tailândia, Turquia, Ucrânia, Uruguai, Venezuela e Vietnã; o Brasil também deve ser computado em função da edição nacional em esperanto, totalizando 52 nações.

Fonte: Projeto Releituras (leia aqui)

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